Não é porque são grandes que elas não precisam de cuidados. Árvores em quintais, calçadas e áreas comuns de condomínios também precisam de atenção para se manterem saudáveis e não se tornarem um risco para quem convive com elas. Os especialistas orientam que o mais importante é dedicar tempo para observar atentamente a árvore e descobrir sinais de problemas.
Sinais de pragas e doenças
- O primeiro passo é prestar atenção em outras árvores da mesma espécie que a sua para perceber como é ciclo da planta. Se todas as outras estão floridas e sua não, isso já é um indício de problema;
- O apodrecimento de galhos, a perda de folhas ou a floração fora de época, o deslocamento da casca do tronco e até o aparecimento de trepadeiras no tronco e na parte aérea da árvore são sinais de que ela está sofrendo algum distúrbio;
- O surgimento de serragem, orifícios e de goma escorrendo pelo tronco é outro conjunto importante de sinais, que indica a presença das tão temidas pragas, basicamente cupins e brocas. As brocas, que são lavas dos besouros, comem o tronco da árvore, vão formando galerias que comprometem a locomoção da seiva da planta, que não consegue chegar até a folha e isso acaba matando a parte aérea. E onde a broca fez sua galeria, não há regeneração.
Recuperando a árvore
- Ao aparecem os sinais de infestação por pragas, a melhor solução é procurar um serviço de dedetização para tentar salvar a árvore. E o ideal é que a dedetização seja repetida a cada semestre. As técnicas para combate de cupins e brocas são diferentes em áreas rurais e na cidade. Nos territórios urbanos, nem todas as opções são permitidas por lei;
- Na área urbana é preciso trabalhar com aplicações pontuais, você compra um produto em forma de pasta em lojas de agropecuária e insere dentro dos buracos que achar no tronco, em contato com o ar, esta pasta se torna um gás que entra pelas galerias deixadas pelos insetos. É trabalhoso porque você terá de fazer a aplicação na árvore toda.
Árvores também têm problemas nutricionais
- Quando a árvore está saudável e é atacada por essas pragas, ela sofre, mas não fica com danos significativos. É possível inclusive que algumas pragas e doenças entrem em equilíbrio com a planta;
- O problema maior acontece quando a árvore já tem problemas de nutrição, estresse por motivos variados, como a própria poluição do ar e podas mal feitas, ou desequilíbrio pela falta de água. Ao contrário do que muita gente pensa, as árvores também devem ser regadas e adubadas.
Cuidados básicos de manutenção
- Uma árvore de grande porte pode consumir de 4 a 5 quilos de nutrientes do solo por ano e em muitos casos o terreno em áreas urbanas não está preparado para fornecer isso. Uma forma eficaz de manter a árvore bem nutrida é adubar a terra onde ela está a cada três meses com porções de mais ou menos um quilo de adubo;
- As raízes mais superficiais, que geralmente ficam visíveis sobre a terra, servem para a sustentação da planta, e não para a absorção de nutrientes, por isso o adubo deve ser colocado à distância de um metro do tronco. O mesmo vale para a rega. Ao contrário do que se imagina, as árvores também precisam ser regadas, principalmente na estação seca e a água deve ser colocada no solo, não há a necessidade de molhar as folhas, galhos e tronco da árvore.
Podas e sustentação
Muitas árvores estão plantadas em locais onde o espaço físico disponível não é suficiente para o seu desenvolvimento e, neste caso, o proprietário também precisa observar constantemente se há equilíbrio entre o tamanho da copa e o crescimento da raiz;
Muitas vezes as pessoas plantam árvores de grande porte em calçadas em uma área restrita por causa do cimento e isso tira a estabilidade da planta. O que pode ser feito são as podas constantes para diminuir a parte aérea dela, reduzindo o área em que o vento vai bater e desestabilizá-la;
Uma poda mal feita, no entanto, pode tirar o equilíbrio da planta quando causa, por exemplo, a rachadura em um galho grosso e saudável, que pode ter problemas para cicatrizar e acabar se tornando a porta de entrada de fungos causadores de doenças.
Fontes: Engenheiro florestal Agnaldo Scarassati; Paisagista e agrônomo Marcelo Fujisawa, da MBFlores; Engenheiro florestal Agnaldo Scarassati, que é professor de Agronomia da Faculdade Cantareira.