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Cuidado com os gastos excessivos de final de ano

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A combinação de salário e décimo terceiro deixa muita gente com um largo sorriso ao consultar o extrato bancário. A ajuda extra vem em boa hora, já que os gastos mais onerosos ocorrem nessa época. Ângela Nunes Assumpção, economista, especialista em mercado de capitais e planejadora financeira certificada, CFP® pelo IBCPF, dá dicas sobre como evitar surpresas desagradáveis com os gastos excessivos de final de ano.

O primeiro passo, segundo Ângela, é começar a trabalhar com o orçamento em janeiro, montando a previsão para os gastos até dezembro. A economista sugere guardar um pouco do salário todo o mês para suprir os gastos excessivos de final de ano sem ficar na dependência do 13º salário. “Acredito que uma boa saída para as pessoas é elas trabalharem com o planejamento a longo prazo, pois todo ano acontece o mesmo erro. As pessoas esquecem de analisar seus gastos mensalmente e o décimo terceiro passa a ser a salvação para quitar as dívidas acumuladas“, comenta Ângela.

A falta de planejamento e a ausência de educação financeira são fatores que pesam contra os brasileiros na hora de resolver sua situação financeira. “O brasileiro pensa pouco no futuro, pois não tem o hábito de lidar com planejamento. Soma-se a precariedade da educação financeira nas escolas com o endividamento e tudo vira uma bola de neve difícil de controlar. É preciso planejar”, comenta a economista.

Endividamento

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A economista comenta que há dois tipos de endividamento: saudável e por consumo. O saudável é aquele que traz benefícios duradouros, como a aquisição de imóveis através de financiamento. O outro tipo é o endividamento por consumo, resumido por Ângela como o passaporte para os problemas, pois seu investimento nem sempre trará retorno. O forte apelo comercial presente nos meios de comunicação também é considerado pela economista como um atrativo ao endividamento.

O parcelamento é apontado como outro fator de risco para o endividamento do brasileiro. “A pessoa faz as contas e vê que a parcela cabe no seu salário, mas se esquece de que ela tem outras três ou quatro parcelas que individualmente também cabiam no salário. Ao final do mês, quando for somar todos os parcelamentos, falta dinheiro e aí começam os problemas com o cheque especial e o cartão de crédito“, menciona Ângela.

Além das despesas de final do ano é preciso lembrar-se dos gastos de janeiro, mês em que são pagos taxas e impostos, além do material escolar das crianças. “Caso a pessoa tenha exagerado nas compras de natal e não tenha sobrado dinheiro para as indesejáveis dívidas do começo do ano, vai precisar recorrer ao cheque especial e, com isso, estará sujeito à cobrança de juros e correção monetária sobre o valor usado para pagar suas despesas”, aponta Ângela.

Contas em ordem

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Não é preciso esperar o final do ano para consertar as finanças. Organização e disciplina podem resolver facilmente, desde que todos que participam do orçamento familiar estejam empenhados na tarefa. A economista recomenda que logo no início de janeiro se faça uma previsão dos gastos até dezembro. Isso facilita na hora de identificar as principais despesas do orçamento familiar e a planejar inclusive o que pode ser cortado para ajudar na economia. Ângela sugere que o consumidor avalie sobre a real necessidade do consumo imediato em relação ao consumo futuro, evitando o endividamento pelas compras desnecessárias.

Para não perder o controle das dívidas, o ideal é começar estipulando um valor máximo para os gastos com presentes. O mesmo vale para as festas e viagem. Com o valor estabelecido, o próximo passo é criar uma lista de presentes e incluir todas as pessoas que se deseja presentear. Os valores podem ser variados, desde que ao finalizar as compras, o orçamento não tenha sido extrapolado. Outra opção é estipular um valor médio dos presentes por grupos. “Tenha em mente que comprar um presente mais caro implica em diminuir o valor investido no presente de outra pessoa. Dessa forma você não corre o risco de extrapolar seu orçamento”, orienta a economista. Em relação às viagens, é sempre bom ter uma reserva para uma eventual despesa não programada.

Segundo Ângela, muitas pessoas pensam na porcentagem do décimo terceiro que será usado para a compra de presentes, porém, acabam aplicando essa porcentagem apenas nas parcelas das compras de natal e não no valor total da aquisição, esquecendo-se de que no mês seguinte não terão o dinheiro extra para ajudar a pagar as contas. “O parcelamento é um gasto fora do padrão e é preciso pensar nele como se fosse um pagamento à vista. Isso evita jogar a dívida para o começo do ano seguinte”, explica a economista.

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