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As bebidas das festas juninas esquentam o corpo nas regiões onde o inverno chegou e animam as comemorações de compadres e comadres por todo o país. No Brasil, as bebidas principais das festas de São João são o quentão, vinho quente, licor e a cachaça.
De acordo com Luana Lages, professora de cozinha brasileira do Senac São Paulo, "é impossível falar em festa junina sem falar da cachaça, presente por todo o Brasil desde o período colonial". Ela explica que a bebida é produzida em todas as regiões do Brasil e que cada cidade costuma ter sua própria maneira de fabricar e estilo de cachaça. O aguardente também é a base de duas das principais bebidas juninas, o quentão e o licor.
"Originalmente, o quentão básico era aromatizado com gengibre, mas hoje o preparo inclui canela, caldo de açúcar, uma redução para deixar a cor da bebida mais escura e depois a colocação da cachaça. O nome, quentão, vem mesmo do calor que a bebida provoca internamente ao ser ingerida", menciona a Luana.
Enquanto o quentão pode ser encontrado por todo o Brasil, o vinho quente é mais popular na região sul e sudeste. Não é difícil entender a regionalização, pois o vinho foi inserido no Brasil e distribuído pelo país a partir dos estados do sul.
Popularmente, a bebida é feita com vinhos mais simples e doces, muitas vezes produzidos com uvas que não são para este fim. Eles são aquecidos e, dependendo da tradição local, aromatizados com canela ou não. Muitas receitas hoje incluem maçã e cravo, além de outras especiarias. Quanto melhor for a qualidade do vinho, mais saborosa fica a bebida.
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O licor é mais presente no nordeste, principalmente o de jenipapo, fruta típica da região. A bebida pode ser feita a partir de várias frutas, como o maracujá, laranja e passas. O teor alcoólico vem da cachaça ou do álcool de cereais, ambos usados tradicionalmente no preparo da bebida. Luana Lages explica que a qualidade do licor depende da qualidade da bebida alcoólica usada na receita.
Outro cuidado importante no preparo do licor é acertar na dosagem das proporções de caldo de fruta e de álcool, o ponto ideal é alcançar uma bebida bem adocicada. Por isso, o de jenipapo é o favorito das festas juninas, pois a fruta em si já apresenta sabor bastante doce.
Assim como a cachaça, a fabricação de licor conta com uma produção artesanal familiar muito tradicional, lembra a professora do Senac São Paulo. "Os bons licores são feitos artesanalmente em pequenas quantidades por pessoas que receberam as receitas como herança familiar", menciona Luana.
Roque Pinto é um dos produtores mais tradicionais da bebida na cidade de Cachoeira, na Bahia. Ele produz e vende 24 sabores de licores artesanais há 60 anos. "O que faz a qualidade de um bom licor é usar frutas selecionadas, deixar cada fruta descansar pelo período certo de infusão e preparar com muito amor e carinho", diz Roque.
Ele também explica que cada fruta tem um tempo determinado para ficar em infusão, no caso da jabuticaba, por exemplo, o líquido precisa ficar por um ano em barris de madeira junto com o álcool neutro, geralmente de cana. Conheça mais sobre a origem das festas de São João.
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